domingo, 9 de setembro de 2012

O Surgimento da Besta pt. 1

Iron Maiden


Banda originária de Londres - Inglaterra (UK), possui como gênero musical o Heavy Metal, a banda está na ativa desde o natal de 1975, formada pelo baixista Steve Harris, ex-integrante das bandas Gypsy's Kiss e Smiler, logo após deixar o seu antigo grupo, o Smilere depois de ter suas composições rejeitadas por várias bandas nas quais participava, por considerá-las difíceis e complicadas demais, Steve Harris decidiu criar sua própria banda, assim nasceu o Iron Maiden no qual desde o começo foram tocadas músicas próprias. Nascida em Londres, foi uma das principais bandas do movimento musical que ficou conhecido como NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal). O nome "Iron Maiden" ("donzela de ferro"), homônimo de um instrumento de tortura medieval que aparece no filme O Homem da Máscara de Ferro, baseado na obra de Alexandre Dumas.


O início ...


A primeira formação da banda juntava Steve Harris a Paul Day (vocal), Dave Sullivan e Terry Rance (guitarras) e Ron Matthews (bateria). Paul Day foi mais tarde substituído por Dennis Wilcock (grande admirador do Kiss) que usava fogo, maquiagem e sangue falso no palco e que trouxe Dave Murray para a banda, tendo como consequência a saída da primeira dupla de guitarristas. Murray permancece no grupo até hoje. Bob Sawyer entrou na banda no final de 1976 como segundo guitarrista, mas como tinha ciúmes de Murray, virou Dennis Wilcock contra Dave e Dennis sugeriu a expulsão dele. Bob não ficou para trás e por suas atitudes errôneas no palco, foi junto em Julho de 77. Ron Matthews aguentou um pouco mais. Havia um guitarrista de uma banda chamada Hooker que o Maiden via tocar nos pubs: Terry Wapram. Após uma audição, a banda convidou-o para entrar e Wapram realizou alguns shows como único guitarrista. Pouco após isso, Ron saiu (não se sabe ao certo se por influência de Wilcock, como relatou no Early Days). Dave Murray juntou-se ao seu amigo Adrian Smith na banda Urchin em 1977, enquanto que os Iron Maiden passavam um mau bocado: Steve e Dennis chamaram Thunderstick (Barry Graham) (bateria) Tony Moore (teclado), mas após um concerto perceberam que o teclado não seria um bom substituto para a segunda guitarra. A banda ficou descontente e o clima foi ficando ruim até que após poucos ensaios, Moore decidiu sair. Nesse momento, Harris foi a um ensaio do Urchin para chamar Murray de volta para banda, o que aconteceu com sucesso. Mas Wapram, indignado porque perderia parte das atenções, não aceitou Murray de volta e foi convidado a sair. Com Murray de volta e apenas 4 integrantes, a banda decide marcar um show no Bridgehouse e outro no pub Green Man. O primeiro foi um fiasco, depois do baterista ter errado em várias músicas e gritar para o público se calar. Nessa época Wilcock já havia espalhado para alguns fãs que pretendia sair da banda e o show havia gerado alguma expectativa em torno disso também. Foi o que aconteceu. No intervalo entre o Bridgehouse e o Green Man, Dennis não disse nada e não compareceu no pub. Harris foi até sua casa, mas o vocalista se negou a cantar um último show. Arrasado, Harris voltou para cumprir com o acordo e os Maiden se apresentaram como um trio em Abril de 78, com Harris, Murray e Thunderstick. Steve expulsou o baterista, já contando com Doug Sampson para o posto. Com esse novo trio, os Maiden passariam cerca de 6 meses ensaiando antes tocar ao vivo ou arrumar qualquer outro integrante.


Os primeiros anos:


The Soundhouse Tapes (1978-79)


The Soundhouse Tapes vendeu rapidamente todas as suas 5 mil cópias, trazendo maior notoriedade para a banda, que graças ao sucesso do EP assinou contrato com a gravadora EMI.[7]


Em 1978, Harris encontrou um novo vocalista: Paul Di'Anno. A banda sempre rejeitou o punk, mas com a chegada de Paul Di'anno, que era um fã de Ramones, Sex Pistols e The Clash e um dos poucos membros dos Maiden que tiveram cabelo curto, os Maiden precisaram abrir sua sonoridade para músicas mais rápidas e mais diretas, procurando focar no heavy metal que renascia mesmo que timidamente. Durante anos a banda foi pressionada pelas gravadoras para cortar seu cabelo e sacrificar o som do Metal (segundo as mesmas) a favor de uma imagem mais punk. Mas com Dianno no microfone, a banda pôde mixar os dois estilos e fazer um próprio, juntando o metal com o punk. Eles misturavam temas clássicos, ritmos de metal empolgantes e riffs de guitarra bem Hardcore e rápidos.

Os Iron Maiden foram a sensação do circuito do rock inglês de 1978. A banda tocava sem parar havia três anos ganhando um tremendo número de fãs, mas mesmo assim até essa época, eles nunca tinham gravado nada. No ano novo de 1978, a banda gravou uma das mais famosas demo tapes da história do rock, The Soundhouse Tapes. Com apenas três faixas, a banda vendeu todas as cinco mil cópias imediatamente, e não distribuiu a demo novamente até 1996. Cópias da versão original são vendidas hoje em dia por milhares de dólares. Duas das faixas da demo, "Prowler" e "Iron Maiden", ficaram em primeiro lugar nas paradas de metal inglesa.

Em muitas das formações antigas dos Iron Maiden, Dave Murray era acompanhado de outro guitarrista, mas grande parte de 1977 e todo o ano de 1978, Murray foi o único guitarrista dos Maiden. Durante o ano de 1979 a banda teve vários segundos guitarristas sucessivos, tais como Paul Carns, Paul Todd e Tony Parsons. No fim do ano, o baterista Doug Sampson abandonou a banda por motivos de saúde. Em novembro de 1979, a banda assinou contrato com uma gravadora de renome, a EMI, uma parceria que se mantem até aos dias de hoje. Poucos antes de entrar em estúdio, Parsons foi substituído pelo guitarrista Dennis Stratton, que trouxe Clive Burr, um amigo seu, para a bateria. Murray queria trazer Adrian Smith para o grupo, mas ele estava ocupado tocando guitarra e cantando com sua banda Urchin.


Iron Maiden (1980)


Paul Di'Anno e Steve Harris abrindo apresentação do Judas Priest durante a British Steel Tour em 1980. 


Iron Maiden, o primeiro álbum da banda, foi lançado em 1980 e foi um sucesso comercial e de crítica. A banda abriu os concertos do Kiss na turnê europeia do álbum Unmasked, e também abriu diversos concertos do Judas Priest e tocando ao lado do UFO no Reading Festival que ocorreu naquele mesmo ano na Inglaterra. Depois da turnê do Kiss, Dennis Stratton foi despedido da banda por questões de criatividade e diferenças pessoais. Segundo Dennis, ele fora demitido porque era muito influenciado pela músicas dos Eagles e também por George Benson não agradando Steve Harris e companhia. Segundo relatos dados por Steve Harris, Dennis não tinha a musicalidade que a banda procurava, se negando a usar roupas como as que os demais membros da banda usavam e compor músicas.


Killers (1981)


Dave Murray e Adrian Smith em 1982.


Com a saída de Dennis, entrou na banda Adrian Smith, que trouxe uma nova melodia ao grupo. Seu estilo meio blues meio experimental era completamente o oposto da velocidade de Murray, o que deu um aspecto interessante à banda. As duas guitarras se completavam, e com eles não existia a noção de guitarra solo e guitarra base, ambos solavam e ambos tinham notoriedade na banda, dando um aspecto harmonioso de duas conduções. Esse estilo já existia em bandas como Wishbone Ash e The Allman Brothers Band, mas ganhou um nível de destaque no Iron Maiden.

Em 1981, o Maiden lançou seu segundo álbum, intitulado Killers, contendo os primeiros grandes sucessos da banda. Com o aumento de sua popularidade, eles foram introduzidos à audiência nos Estados Unidos. Killers ficou marcado como um dos álbuns mais rápidos e pesados da banda, e também foi o primeiro a ser produzido por Martin Birch, que ficaria pelos próximos sete álbuns.[8]


The Number of the Beast (1982)


Bruce Dickinson em 1982.


Lançado em março de 1982, The Number of the Beast obteve um enorme sucesso comercial ao redor do Mundo,[9] chegando ao topo das paradas de sucesso da Inglaterra[10] e conseguindo certificação de platina somente naquele país. O álbum também marcou a chegada do atual vocalista, Bruce Dickinson, a banda.

O Iron Maiden nunca foi conhecido por usar drogas, e eram extremamente perfeccionistas no palco e estúdio. O vocalista Paul Di'anno, por outro lado, sempre mostrou um comportamento autodestrutivo, particularmente no que diz respeito ao uso da cocaína, afetando consideravelmente suas apresentações.[11] Justamente quando a banda começava a ficar famosa nos Estados Unidos, Dianno foi demitido do Maiden por "não ter energia e carisma no palco".[12] Em 1982, a banda substituiu Dianno pelo vocalista do Samson, Bruce Dickinson. Bruce entrou na banda, mas exigiu ficar com cabelo comprido e disse que só iria usar as roupas que ele gostava, já demonstrando muita atitude, traço característico de sua personalidade, o que geraria algumas polêmicas anos mais tarde.

Dickinson mostrou uma diferente interpretação das canções da banda, dando-lhes um tom mais melódico. O álbum de estreia de Dickinson nos vocais do Maiden foi em 1982, com The Number of the Beast. Este se tornou o álbum mais aclamado da banda, bem como o mais vendido, com 16 milhões de cópias mundialmente.[13] Canções conhecidas do álbum incluem os singles "The Number of the Beast" e "Run to the Hills", bem como "Hallowed Be Thy Name", presente em todos os shows desde seu lançamento, e "Children of the Damned". Pela primeira vez, a banda saiu em uma turnê mundial, visitando os Estados Unidos, Japão e Austrália, tocando em estádios e fazendo começar a chamada Maidenmania. Foi nessa época também que alguns grupos religiosos começaram a acusar a banda de ter um cunho satânico, afirmando que as letras do Maiden estavam repletas de cantos demoníacos, invocando o demônio e vandalizando a mente da juventude. Toda essa polêmica surgiu por causa da canção "The Number of the Beast", pois foi justamente a alusão explícita ao Número da Besta (666) que fez a trilha fazer sucesso. Mas na verdade a canção foi feita a partir de um pesadelo que o baixista Steve Harris teve após ver o filme A Profecia 2.

Nessa mesma turnê, o produtor Martin Birch se envolveu em um acidente de carro com alguns fãs. O reparo do carro foi uma bizarra coincidência, contabilizado como £666, um preço que Birch se recusou a pagar, optando pelo valor de £668.[14]

Apesar das polêmicas, o ator Patrick McGoohan não se importou em permitir que uma famosa frase sua da série, The Prisoner (O Prisioneiro), da qual era o ator principal, fosse usada no início da música de mesmo nome.


Piece of Mind (1983)


Nicko McBrain, baterista da banda desde 1982.


Após o sucesso de The Number of the Beast, a banda adquiriu prestígio internacional, ganhando status de estrelas do rock. Em dezembro de 1982, Clive Burr deixou a banda por não conseguir acompanhar o ritmo que a banda tomava e problemas pessoais. Nicko McBrain, que já era velho conhecido da banda, por abrir alguns shows com sua banda Trust, foi contratado para seu lugar como baterista.

Em janeiro de 1983, pouco após McBrain se tornar parte da banda, o grupo viajou para as Bahamas, onde gravaram o disco Piece of Mind, lançado em maio daquele ano. Com uma pegada mais psicodélica, instrumentos com som mais abafado, o álbum trazia os singles "Flight of Icarus" e "The Trooper", bem como canções mais progressivas como "To Tame A Land" e "Quest For Fire". O álbum também marcou o primeiro de três consecutivos gravados no Compass Point Studios. O álbum também parodiava as acusações de satanismo com uma mensagem escondida na canção "Still Life", que possui McBrain imitando o ditador Idi Amin Dada e arrotando, tocada de trás para frente.


Powerslave (1984)


O álbum seguinte, Powerslave (1984), também foi sucesso de vendas, e tornou-se um dos álbuns mais bem recebidos pelos fãs. Os singles "Aces High" e "2 Minutes to Midnight" foram bem sucedidos, e as faixas "Powerslave" e "Rime of the Ancient Mariner" também eram tocadas em shows . A World Slavery Tour foi a maior turnê da história do Iron Maiden, que abrangeu o biênio 1984-1985 e com aproximadamente trezentas apresentações. Nenhuma banda tinha, até então, uma produção de palco como nesta turnê, onde se tinham sarcófagos, pirâmides, esfinges, pinturas até no chão e um Eddie-múmia gigante, com mais de dez metros de altura. Live After Death (1985) representou o primeiro registro ao vivo da banda.

A banda tocou para grandes audiências na América do Sul, Ásia, Austrália e Estados Unidos, e teve suas primeiras apresentações no Brasil (para o festival Rock in Rio) e em Portugal (com shows em Porto e Cascais).


Somewhere in Time (1986)


O álbum seguinte foi Somewhere in Time (1986), no qual a banda decidiu inovar, fazendo experiências utilizando guitarras sintetizadas pela primeira vez.[15] Somewhere in Time não é um álbum conceitual, porém todas as suas músicas tem uma temática relacionada a viagens, longas jornadas e tempo. O disco incluía os singles "Wasted Years" e "Stranger in a Strange Land", bem como "Heaven Can Wait", que se tornou comum em shows. A turnê que se seguiu durou nove meses, com 157 shows e nova passagem por Portugal.


Seventh Son of a Seventh Son (1988)


Em 1988, mais uma vez, a banda tentou algo diferente para o seu sétimo álbum de estúdio, Seventh Son of a Seventh Son. Este é um álbum conceitual, mostrando a história de uma criança que nasceu com dons sobrenaturais. O disco foi parcialmente baseado no livro The Seventh Son de Orson Scott Card. Foi o disco mais experimental do Maiden até hoje, e é muitas vezes lembrado como o fim dos "tempos de ouro" da banda com a saída do guitarrista Adrian Smith.

Adrian saíra alegando diferenças musicais, embora também pretendesse resgatar um antigo sonho que era o de formar sua própria banda, que resultaria no projecto A.S.A.P de 1989. Uma grande turnê se formou ao longo de 1988, tendo como bandas de abertura, Guns N' Roses, Megadeth e Metallica, durando 8 meses e 101 shows pela América do Norte e Europa. Todos os quatro singles do álbum alcançaram o top 10 da parada inglesa.


No Prayer for the Dying (1990)


Janick Gers, que tocou na carreira solo de Dickinson, se uniu à banda em 1990.


Pela primeira vez em sete anos a banda teve de fazer uma mudança, e para o lugar de Adrian Smith foi chamado Janick Gers, que tinha participado no primeiro disco solo de Dickinson, Tattooed Millionaire. Em 1990 o Iron Maiden lançou No Prayer for the Dying, gravado no Barnyard Studios, no sítio de Steve Harris, e no estúdio móvel Rolling Stones Mobile Studio. Esse álbum voltou com um Maiden mais pesado e cru que os do "tempo de ouro", mas as letras foram consideradas mais fracas e simples, e a música não parecia tão desafiadora como nos álbuns passados.[16] O vocalista Bruce Dickinson também começou com algumas mudanças no timbre de voz. Mesmo com todos esses imprevistos, o álbum fez sucesso e teve diversos compactos bastante tocados como "Holy Smoke" e "Bring Your Daughter... to the Slaughter", canção composta por Bruce para o filme A Nightmare on Elm Street 5: The Dream Child que se tornou o único single do Maiden a encabeçar as paradas britânicas.

A turnê do disco durou um ano, de setembro de 1990 a setembro de 1991, e teve 118 shows pela América do Norte, Europa (inclusive Portugal) e Japão, antes da banda retornar a estúdio para gravar Fear of the Dark.


Fear of the Dark (1992)


Lançado em 1992, Fear of the Dark teve uma recepção melhor que No Prayer for the Dying, indo bem nas paradas britânicas, chegando em ao 1º lugar nos chats. Os singles "Be Quick or Be Dead", "Wasting Love", e "From Here to Eternity" foram bem-sucedidos, a canção "Fear of the Dark" se tornou uma das mais conhecidas da banda e a canção anti-guerra "Afraid to Shoot Strangers" permaneceu na set list por sete anos. Fear of the Dark foi o último álbum produzido por Martin Birch, que se aposentou em seguida.

O ápice da turnê de Fear of the Dark foi em agosto de 1992, quando a banda foi convidada novamente para ser headliner do famoso festival "Monsters of Rock", realizado em Donington, na Inglaterra. No final da apresentação do evento, o guitarrista Adrian Smith, que havia saído da banda em 1990, subiu ao palco para execução de Running Free. Mais tarde (1993) o concerto em Donington seria lançado em vídeo e EP tríplo "Live At Donington", e em Cd duplo (1998).

Mesmo com o metal perdendo espaço para o grunge em 1992, os Maiden continuavam a encher estádios em todo o mundo. A turnê do disco durou de junho a novembro de 1992, com 68 shows que passaram novamente pelo Brasil.

Em 1993, após uma nova turnê para promover o álbum ao vivo A Real Live One, Bruce Dickinson saiu do grupo para seguir sua carreira solo, querendo explorar outras vertentes do rock. Sua despedida da banda foi em 28 de agosto de 1993, sendo filmada pela BBC, transmitido para todo o mundo ao vivo e lançado em vídeo com o nome de Raising Hell. Após sua saída, foi lançado o álbum ao vivo A Real Dead One.


Saída de Bruce !


Para substituir Bruce, em 1994 houve testes para escolher o novo vocalista do Iron Maiden. O vencedor da disputa foi o até então desconhecido vocalista da banda Wolfsbane (que chegou a abrir shows para o Maiden), Blaze Bayley. Blaze mostrava um vocal semelhante ao de Bruce, porém um pouco mais sombrio, e por isso algumas canções na banda seguiram um aspecto sombrio para combinar com seu timbre de voz.




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